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OPINIÃO: Filipe Luís e a diferença entre 'pronto' e 'preparado'

Filipe Luís é o sexto técnico a conquistar ao menos um título pelo Flamengo desde – e incluindo – 2019, o ano que marca o retorno do clube mais popular do país à lista de favoritos a todas as competições do calendário. Entre eles, é quem precisou de menos jogos para ganhar um troféu, o que não é uma escolha, mas, indiscutivelmente, sugere mérito. Se o Flamengo não passasse pelo Corinthians nas semifinais da Copa do Brasil, ou se não superasse o Atlético Mineiro na decisão, o argumento do trabalh...

OPINIÃO: Perdeu-se a chance de transformar um fetiche num prêmio coletivo

A contradição de entregar um troféu personalizado a um praticante do mais coletivo dos esportes se converteu, já há algum tempo, em um fetiche tão irresistível que bônus financeiros são incluídos em contratos e carreiras encerradas sem a peça folhada são qualificadas como “incompletas”.O jogador X – escolha o nome de sua preferência – “jamais ganhou a Bola de Ouro...”, diz-se, como se este fosse um sonho tão sedutor quanto jogar no clube de infância, vestir a camisa da seleção, disputar uma Copa...

OPINIÃO: O lapso de memória de Ramón Díaz é o menor dos problemas do Corinthians

Não foi a primeira vez em que a comissão técnica do Corinthians não esteve à altura do desafio que se apresentava. De fato, a repetição de equívocos em encontros recentes sugere o que, com o perdão do anglicismo, se chama de trend: nos dois jogos com o Flamengo pela Copa do Brasil e na ida da Sul-Americana contra o Racing, as decisões de Ramón Díaz e do co-treinador, Emiliano, diminuíram as possibilidades do time alcançar seus objetivos. Se o torneio nacional já é passado, alcançar a final da co...

Opinião: Pouco jogo e muito alívio na virada em Santiago

Ainda pior do que sofrer um gol aos 68 segundos de jogo é colecionar três falhas defensivas em tão pouco tempo de bola rolando. A seleção brasileira permitiu que o lateral Felipe Loyola fizesse um cruzamento da direita sem ser incomodado e não marcou a aparição do atleticano Eduardo Vargas na segunda trave, de onde partiu o cabeceio que encobriu Ederson. Não era exatamente o início dos sonhos para o Brasil no Estádio Nacional de Santiago, especialmente considerando a sétima posição nas eliminató...

OPINIÃO: O trunfo de Filipe Luís é saber com quem está lidando

Tite foi o oitavo treinador demitido por Rodolfo Landim em seis anos de gestão. É natural que um dirigente dado a esse hábito tenha dificuldade de encontrar explicações para suas decisões. Sobre a última, a diretoria do Flamengo deseja que as pessoas acreditem que a gota d’água foi o estado emocional de Tite, muito abatido nas últimas semanas. Quando há pouco apreço pela verdade e um sem-número de serviçais permanentemente dispostos a trocá-la por acesso, esse tipo de “versão dos fatos” ganha tr...

OPINIÃO: A CBF, inerte, assiste à vitória de John Textor

Ainda não há uma prova sequer. Nada além de teorias alimentadas por ferramentas tecnológicas que não se relacionam com o jogo de futebol e apenas cumprem o propósito de confundir e desinformar. Nem mesmo o Congresso Nacional, que o levou a sério - embora seja difícil concluir se isso é bom ou ruim - a ponto de investir tempo e recursos numa Comissão Parlamentar que lhe ofereceu a oportunidade de sessões secretas, tem algo substancioso para mostrar. Zero. As acusações, as leviandades e o desprezo...

Opinião: Cruzeiro, entre a SAF e a cartolagem do bananal

O áudio em que Pedro Lourenço, proprietário da SAF que controla o Cruzeiro, se gaba de pressionar Fernando Seabra como se ele fosse um funcionário incompetente revela um dos dilemas do novo modelo de gestão no futebol brasileiro.O profissionalismo não depende apenas da legislação criada para promovê-lo, mas das pessoas que, por intermédio dela, chegam ao futebol em posições de poder. São os métodos, quase sempre produto da visão de mundo dessas pessoas, que determinam como se dá o salto do amado...

OPINIÃO: Eliminação do Brasil é frustrante; desrespeito ao processo é pior

Em uma partida que mais lembrou uma edição do UFC Las Vegas, o Uruguai venceu o Brasil nos pênaltis por 4 a 2, após empate por 0 a 0 no tempo normal, neste sábado (6), no Allegiant Stadium, e avançou à semifinal da Copa América. (0:48)O trecho da entrevista de Andreas Pereira mencionado aqui foi utilizado pelas mídias sociais oficiais da seleção do Uruguai ao longo do sábado. Um treinador como Marcelo Bielsa certamente tem suas próprias ferramentas de motivação, mas esse tipo de coisa sempre enc...

OPINIÃO: Não é difícil compreender o que houve com Dudu

Qualquer pessoa que já se sentiu dividida por uma proposta profissional tem plenas condições de compreender o que se passou com Dudu. Qualquer pessoa que já se confundiu com os próprios motivos e se complicou por se acertar verbalmente com um empregador, para pouco depois fazer meia volta e ficar aonde estava, tem obrigação de compreender o que se passou com Dudu. O direito de mudar de ideia antes de assinar um contrato – ou até depois, situação em que, claro, é necessário lidar com o que está e...

OPINIÃO: Diniz, o ex-Fernando?

A conversão de uma pessoa no inverso do que ela sempre representou é uma desventura humana no seu aspecto mais profundo. Não é um fenômeno raro. Além de torná-la irreconhecível, impõe a desconfiança sobre sua personalidade autêntica, a dúvida sobre o que é essência e o que era atuação, ou vice-versa. E compromete sua credibilidade pela distância entre discurso e prática, a ponto de ninguém mais acreditar no que diz. O pecado é mais grave para quem ocupa posições de comando, em que a liderança po...

Até um dia, querido Antero

O Antero que você via na televisão é o mesmo que aqueles que tiveram a sorte de conhecê-lo viam todos os dias. O sorriso rápido, próprio dos otimistas. O olhar sincero, típico dos genuínos. Se ele te chamava de “querido”, ou “querida”, não era por educação, ou simpatia. Era por sentimento. Quando ele perguntava se estava tudo bem, não era por convenção, ou formalidade, era por empatia. Antero nunca foi um personagem das telas, um ator do fim de noite. Nunca representou algo que não sentia, nunca...

OPINIÃO - O método Augusto Melo: corintiano, escolha como prefere ser enrolado

Imagine por um instante que, desde que venceu as eleições e pôs fim a uma dinastia política no Corinthians, a diretoria representada por Augusto Melo tivesse apenas um discurso: o da recuperação administrativa do clube, em busca de uma condição em que o massivo potencial de receita pudesse, enfim, ser utilizado para qualificar o time de futebol. Imagine que este discurso mencionasse Palmeiras e Flamengo como exemplos do caminho a ser seguido no território das boas práticas, mesmo que isto signif...

OPINIÃO: Para você, que sempre acreditou no futebol de Fernando Diniz

Você não acha que foi uma casualidade o primeiro gol do Fluminense ter sido fruto de uma jogada em que os dois atacantes de lado, Keno e Arias, estavam, juntos, na mesma faixa direita do ataque. Não, você não acha. Você não pode achar, porque, neste caso, tudo o que você leu ou ouviu sobre os times dirigidos por Fernando Diniz foi ignorado imediatamente ou rejeitado por alguma teimosia prepotente que, agora, você pretende esquecer. Você também não acha que, se prestar atenção no que acontecia um...

OPINIÃO: Com a elegância dos que sabem vencer, Dorival Júnior preencheu dois vazios no São Paulo

Imagine o que é, para um treinador com carreira estabelecida no futebol, ouvir que seu maior mérito é não atrapalhar os jogadores que dirige. Imagine o que é ler que seu jeito simples e um método descrito como “arroz e feijão” são as explicações mais evidentes para seu sucesso.Imagine como foi, para este técnico, ser dispensado após ganhar dois troféus, num sinal claro de que as conquistas não foram suficientes. Agora imagine, se puder, o tamanho da felicidade deste técnico, ao ser campeão de no...